Com a pandemia do novo coronavírus, a atenção mundial, de repente, ficou voltada para algo que, em geral, não se é dado muito valor: a comunidade científica. De maneira inesperada, o próprio diálogo cotidiano passou a incluir temas como a produção de vacinas, os investimentos em pesquisas científica e a estrutura viral.
No Brasil, algumas pesquisas de grande relevância então em andamento, destacando-se as realizadas pelas universidades, mostrando de maneira ainda mais contundente que os recursos destinados à ciência e tecnologia não são gastos, mas investimentos.
Segundo dados divulgados pela Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), existem mais de 800 pesquisas nacionais em desenvolvimento em 46 universidades federais brasileiras.
Apesar do Brasil ser um dos países com tecnologia o suficiente para desenvolver a sua própria vacina, muito do potencial da pesquisa acadêmica foi perdido nos últimos anos. Entre 2013 e 2018, o investimento recebido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que financia mais de 80 mil pesquisadores brasileiros, caiu de R$ 2,3 bilhões para R$ 1,3 bilhão.
E não é apenas a falta de financiamento que prejudica o andamento das pesquisas, mas também a visão deturpada de alguns sobre a atuação das universidades brasileiras. Além disso, nos últimos anos, as fake news, também conhecidas como notícias falsas, também se tornaram um tipo de pandemia. E, em escala mundial, a ciência foi de uma de suas grandes vítimas. Com isso, surgiram grupos de apoio à teoria da Terra plana, assim como o movimento antivacina e a distorção sobre o aquecimento global.
Porém, como a resposta para a cura e tratamento dessa infecção só pode ser desenvolvida por meio da pesquisa, a credibilidade na ciência voltou a crescer. Cerca de 76% dos entrevistados pela IDEIA Big Data declararam que o seu interesse em ouvir a opinião e orientações de cientistas e pesquisadores aumentou desde o início da pandemia.
Essa é a grande oportunidade, portanto, de mostrar à população os resultados práticos de investimentos feitos em universidades, pesquisas e conhecimento. Não só para descobrir a vacina para a Covid-19, mas para a produção de demais vacinas e também para que sejam feitos avanços nas demais áreas da sociedade, transformando investimento em desenvolvimento sustentável.